O Dia Mundial da Terapia Ocupacional, 27 de outubro, instituído pela World Federation of Occupational Therapists (WFOT), é uma oportunidade para celebrar o trabalho de profissionais que dedicam sua vida a promover autonomia, inclusão e qualidade de vida. Presentes na saúde, na assistência social, na educação, na Justiça, no esporte, no lazer e em tantas outras áreas, os terapeutas ocupacionais constroem, todos os dias, caminhos de reabilitação e redescoberta de sentido para as pessoas.
A Terapia Ocupacional nasceu no início do século XX, em um contexto de reabilitação física e mental. Foi nesse cenário que o arquiteto norte-americano George Barton, ao fundar uma instituição em Clifton Springs (Nova York), introduziu o conceito de “ocupação como agente promotor da saúde” — um marco que transformou a forma de compreender o cuidado humano. Em 1915, surgiu a primeira escola de Terapia Ocupacional, em Chicago (EUA), e, desde então, a profissão não parou de crescer em todo o mundo.
No Brasil, a história começou a ganhar força em 1931, quando Ulisses Pernambuco introduziu a ocupação terapêutica no Nordeste. O reconhecimento como profissão de nível superior veio em 1969, com o Decreto-Lei nº 938, e, desde então, a Terapia Ocupacional vem se consolidando como uma área essencial para a promoção da saúde e da cidadania.
De acordo com a definição da Associação Americana de Terapia Ocupacional (AOTA, 2015), a profissão baseia-se no uso terapêutico de atividades diárias (ocupações) para melhorar ou possibilitar a participação em papéis, hábitos e rotinas nos diversos ambientes em que vivemos, como casa, escola, trabalho e comunidade.
Com o passar das décadas, a Terapia Ocupacional evoluiu, ampliando sua atuação e reafirmando seu papel social. Hoje, está presente em políticas públicas, programas de inclusão e ações que promovem saúde, acessibilidade e cidadania.
Quem é o terapeuta ocupacional
O terapeuta ocupacional é, acima de tudo, um profissional do cuidado e da escuta. Utiliza as atividades cotidianas como ferramentas terapêuticas para ajudar pessoas com limitações físicas, cognitivas, emocionais ou sociais a superar barreiras e a reconquistar autonomia. Seu trabalho vai muito além da reabilitação: é sobre possibilitar que cada indivíduo exerça seu papel na sociedade com dignidade, confiança e propósito.
Entre os benefícios proporcionados pela Terapia Ocupacional estão o desenvolvimento das habilidades motoras finas, a melhoria da memória, a adaptação de ambientes, o suporte aos cuidadores e o fortalecimento da capacidade de autorregulação — aspectos fundamentais para o bem-estar e a independência na vida diária.
Hoje, o estado conta com apenas 765 terapeutas ocupacionais registrados para quase 14 milhões de habitantes, uma proporção de pouco mais de 0,5 profissional para cada 10 mil pessoas. A baixa oferta de profissionais impacta diretamente no acesso da população a serviços de reabilitação, saúde mental, inclusão escolar e social. Hospitais, escolas e programas públicos de atenção básica muitas vezes não contam com terapeutas ocupacionais em suas equipes.
“A Terapia Ocupacional é essencial para que pessoas com limitações possam participar plenamente da vida em sociedade. A falta de profissionais significa menos acesso a reabilitação, menos autonomia e mais exclusão”, alerta Dra.Suely Galvão, terapeuta ocupacional e vice-presidente do CREFITO-7.
O símbolo do cuidado
O símbolo da Terapia Ocupacional, o Delta (Δ), representa a tríade essencial da profissão: terapeuta – cliente – atividade. É um triângulo de relações que traduz o cuidado integral e o compromisso ético que sustentam a prática terapêutica.
Evolução e compromisso
Ainda há desafios a enfrentar, mas há, sobretudo, uma trajetória de conquistas e de compromisso coletivo. A união e o engajamento dos terapeutas ocupacionais e das entidades representativas, como o CREFITO-7, fortalecem uma profissão que continua transformando realidades e inspirando novas possibilidades de cuidado.
Neste 27 de outubro, o CREFITO-7 celebra o Dia Mundial da Terapia Ocupacional
com gratidão e orgulho.
Parabenizamos todos os terapeutas ocupacionais que, com sensibilidade, conhecimento e amor pelo que fazem, ajudam pessoas a reconquistarem autonomia, esperança e o prazer de viver.
Terapeuta ocupacional: Reconstruindo autonomia, resgatando sentidos, transformando vidas!
