Mesmo com o fim das festas juninas, período em que os riscos com fogos de artifício e fogueiras aumentam, os cuidados para prevenir queimaduras devem continuar ao longo do ano. Fogões, líquidos quentes e manuseio inadequado de produtos inflamáveis, como álcool e gasolina, são exemplos que podem causar acidentes graves e, em alguns casos, fatais.
Quando esses acidentes ocorrem, as vítimas necessitam de cuidados que devem ser prestados por profissionais capacitados, desde os primeiros socorros até o período de internação e acompanhamento pós-alta hospitalar. Nesse contexto, dois profissionais são essenciais nas equipes multidisciplinares de saúde: o terapeuta ocupacional e o fisioterapeuta.
De forma geral, o terapeuta ocupacional elabora o plano terapêutico com o objetivo de garantir que o paciente retome, de forma gradual e consistente, suas Atividades da Vida Diária (AVDs) e Atividades Instrumentais da Vida Diária (AIVDs). Sua atuação integrada e sensível torna-se fundamental para realizar um processo de recuperação mais completo, que restaure não apenas a capacidade funcional do paciente, mas também sua dignidade, autoestima e confiança.
O fisioterapeuta desempenha um papel igualmente relevante, atuando desde a fase aguda até a reabilitação funcional, com o objetivo de restaurar a mobilidade e promover a qualidade de vida do paciente.
Além das intervenções físicas que, em linhas gerais, buscam prevenir a formação de cicatrizes, minimizar a rigidez, aliviar a dor e reduzir edemas, o trabalho do fisioterapeuta oferece um apoio emocional significativo, uma vez que a reconquista dos movimentos e da funcionalidade proporciona ao paciente maior autonomia e impacto positivo em seu bem-estar.
“Cuidar de quem sofreu queimaduras vai muito além da cura física. É um compromisso com a dignidade, a autonomia e a reconstrução da vida, que exige a atuação sensível do fisioterapeuta em parceria constante com o paciente, sua família e toda a equipe multidisciplinar. A participação ativa do paciente e da família nesse processo é essencial para garantir melhores resultados e promover uma reabilitação mais rápida, segura e eficaz”, afirma Dra. Carmelita Freitas Santos, fisioterapeuta do Centro de Tratamento de Queimados (CTQ) do Hospital Geral do Estado (HGE).
Para garantir que os atendimentos terapêuticos ocupacionais e fisioterapêuticos sejam conduzidos de forma eficiente, levando-se em consideração toda a complexidade e as peculiaridades que envolvem o tratamento de vítimas de queimaduras, é fundamental que fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais realizem a troca constante de experiências e de conhecimento com profissionais de outras áreas. Também é importante saber minimamente quais são as atribuições dos demais integrantes da equipe de saúde e entender como cada especialidade pode contribuir para o sucesso do tratamento.
“É necessário ter ética, comprometimento, escuta qualificada e acolhedora, flexibilidade, empatia e um cuidado humanizado, além de participar de capacitações continuadas sobre queimaduras e práticas da Terapia Ocupacional nesta área. É relevante também participar de discussões dos casos clínicos com a equipe multidisciplinar para que possamos somar diversas expertises em busca do melhor resultado para nosso paciente”, orienta o terapeuta ocupacional Dr. Fabio Fonseca, do CTQ- HGE.
Se você tem interesse em atuar em serviços especializados para queimados, informe-se e qualifique-se. A Terapia Ocupacional e a Fisioterapia são peças-chave também no cuidado a essas pessoas.
