24 de agosto é o Dia Nacional da Infância. A data, instituída pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), existe para promover uma reflexão sobre as condições em que as crianças vivem e o que pode ser feito para melhorar seu bem-estar. No Brasil, segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), são consideradas crianças as pessoas com até doze anos de idade incompletos. O ECA garante que todos os meninos e meninas tenham seus direitos assegurados e todas as oportunidades para o pleno desenvolvimento.
No contexto da Terapia Ocupacional e da Fisioterapia, o Dia Mundial da Infância chama atenção para o cuidado com a criança com deficiência. Os terapeutas ocupacionais e fisioterapeutas trabalham para garantir desenvolvimento, independência, autonomia e inclusão. Assim como todas as crianças, aquelas que são acometidas por alguma deficiência ou limitação, seja ela permanente ou temporária, precisam ter seus direitos assegurados, incluindo o direito de ser criança
E é justamente para garantir as funções cotidianas que a Terapia Ocupacional e a Fisioterapia, na infância, buscam capacitar as crianças e promover sua a independência e autonomia.
Terapia da Inclusão
Inclusão é palavra de ordem para os terapeutas ocupacionais e fisioterapeutas, no trabalho com as crianças com alguma deficiência. Ledo engano de quem pensa que se trata de um público pequeno.
A última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) apontou que a população com deficiência no Brasil foi estimada em 18,6 milhões de pessoas de 2 anos ou mais, o que corresponde a 8,9% da população dessa faixa etária. O Nordeste foi a região com o maior percentual de população com deficiência registrada na pesquisa, com 5,8 milhões, o equivalente a 10,3% do total.
“E dentro desta tríade, infância, criança com deficiência e Terapia Ocupacional, existe no cenário atual um ‘boom’ de diagnóstico de crianças com Transtorno do Espectro Autista. Pode ter certeza que todos os terapeutas ocupacionais que trabalham com a infância têm pacientes e filas de espera para atendimento”, destaca Gilsara Madeira.
O número de casos de autismo cresce a cada ano, segundo dados do CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças) nos Estados Unidos. O relatório mais recente do órgão (2021) mostra que 1 a cada 36 crianças é diagnosticada com TEA (Transtorno do Espectro Autista). A Secretaria da Saúde do Estado não carece de levantamento: “por não ser um agravo de notificação obrigatória, não possuímos dados disponíveis”, disse em nota. E a maioria dos municípios ainda não tem serviços públicos específicos para essa clientela.
Terapia que trata
A Terapia Ocupacional é hoje uma das profissões mais importantes no tratamento do TEA. Com a Terapia Ocupacional, as crianças têm a oportunidade de explorar e desenvolver as habilidades de forma lúdica e estimulante. Por meio de atividades criativas e adaptadas às necessidades individuais de cada criança, os terapeutas ocupacionais conseguem promover o desenvolvimento integral, contribuindo para a formação de indivíduos mais capacitados e confiantes.
É importante destacar a importância de buscar um profissional qualificado. Há muitas pessoas se apresentando como terapeutas ocupacionais sem de fato serem. Com o aumento da demanda, algumas têm agido de má fé, enganando famílias e, pior ainda, prejudicando o desenvolvimento dessas crianças. “É essencial solicitar o registro profissional, consultar os órgãos responsáveis e ter a certeza de que se trata de um terapeuta ocupacional habilitado para atender, acompanhar e promover a saúde e o respeito a cada indivíduo, especialmente àquela criança”, pondera Gilsara Madeira.